Macroeconomia | |
SÃO PAULO - O dólar à vista fechou a segunda-feira em leve baixa no Brasil, apesar do avanço quase generalizado da moeda norte-americana no exterior, com o real sendo impulsionado pela expectativa de que o diferencial de juros se tornará mais favorável ao país com o corte de juros pelo Federal Reserve e com a alta da Selic pelo Banco Central, na próxima semana.
O dólar à vista fechou em leve baixa de 0,14%, cotado a 5,5817 reais. Em setembro, a divisa acumula queda de 0,97%.
Às 17h10, na B3 o dólar para outubro -- atualmente o mais líquido do mercado brasileiro -- tinha baixa de 0,41%, aos 5,5930 reais.
A moeda norte-americana começou o dia no Brasil em alta firme ante o real, acompanhando o avanço da divisa dos EUA também no exterior, em meio à expectativa de que o Federal Reserve comece o afrouxamento monetário na próxima semana de forma gradual, cortando os juros em 25 pontos-base.
Dados econômicos fracos do Japão e da China também pesavam sobre o iene e sobre as divisas de exportadores de commodities, favorecendo o dólar.
Neste cenário, o dólar à vista marcou a cotação máxima de 5,6415 reais (+0,93%) às 9h55, ainda na primeira hora de negócios.
No restante da sessão, porém, o dólar perdeu força ante o real, refletindo a perspectiva de diferencial de juros favorável ao Brasil no futuro próximo.
Enquanto a curva de juros brasileira precificava alta de 25 pontos-base da Selic pelo BC, a curva norte-americana refletia a perspectiva de corte de 25 pontos-base pelo Fed, ambos na próxima semana. Atualmente a Selic está em 10,50% ao ano, enquanto a taxa básica norte-americana está na faixa de 5,25% a 5,50%.
Pela manhã, o boletim Focus do Banco Central indicou que a projeção mediana do mercado para a Selic no fim de 2024 passou de 10,50% para 11,25% ao ano. Na prática, a mudança representa a perspectiva de três altas de 25 pontos-base da Selic ainda este ano -- em setembro, novembro e dezembro.
"Esta projeção do Focus consolidou a visão de que o carrego será mais robusto no câmbio. Com isso, a moeda (real) ganha aqui mais proteção, porque fica mais caro apostar contra o BRL", comentou Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura.
Assim, o dólar à vista marcou a cotação mínima de 5,5755 reais (-0,25%) às 14h32, a despeito de, no exterior, a moeda norte-americana seguir sustentando ganhos ante a maior parte das demais divisas.
Às 17h09, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,40%, a 101,600.
Pela manhã o Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 1º de novembro de 2024.
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